Manifesto W/pra sempre
A história da propaganda brasileira está cheia de excelentes criativos e criativas, grandes diretores e diretoras de criação, tem muita gente talentosa nesse mercado. Mas, se temos muito o que reclamar dos portugueses, olha só o que temos que agradecer: você sabia que tudo isso começou com a chegada da família real portuguesa ao Rio de Janeiro, em março de 1808? Essa realeza mudaria de vez a nossa história sob vários aspectos e com ela nasceria um dos mercados mais criativos e pulsantes na publicidade mundial.
Com Dom João, o Brasil nascia como País, e em meio à onda de novidades que desembarcaram com os nobres lusitanos, do florescimento do comércio à intensificação da vida em sociedade, eis que surge a publicidade. Os anúncios de produtos e serviços passaram a existir formalmente no Brasil com o primeiro jornal escrito e impresso no País, a "Gazeta do Rio de Janeiro", editado pela Imprensa Régia a partir de setembro de 1808. Esse foi só o início para o Brasil ser um dos países de maior destaque criativo no planeta.
Em meados do século passado a publicidade passou a ter papel pedagógico em um País carente de educação “A propaganda passou a ter um papel civilizatório”, diz Roberto Duailibi, presidente da agência de publicidade DPZ. Sem sombra de dúvidas, tudo que temos hoje na publicidade brasilheira devemos claramente a DPZ e sua descendência. Na minha opinião, sem ela, eu e tantos outros criativos não estariam aqui, pensando e sonhando em trabalhar com propaganda.
Esse blog nasce para afimar a nossa identidade como brasileiro, como publicitários brasileiros, como quem gosta de ouvir Tom Jobin, como quem ama o Rio, o Corinthians e tantas outras paixões genuinamente brasileiras tais como a caipirinha, as e tudo que temos de bom e de melhor.
Ser brasilheiro é uma grande dádiva, poder andar pela praia até o Leblon, ver o Farol da Barra, poder beber um bom vinho no Bexiga despertam a inveja do resto do mundo. E ser criativo?
Assim como a nossa propaganda não seria a mesma sem a vinda da família real para o Brasil, ela também não seria a mesma sem Washington Olivetto, o grande Rei da publicidade brasilheira. Ele que começou a sua carreira cursando a faculdade de publicidade pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), se tornou redator, e começou na Harding-Jiménez, depois passou pela Lince e entrou na DPZ. Mas, foi em 1974, quando ele ganhou o primeiro Leão de Ouro da publicidade nacional no Festival de Cannes, que entrou de vez para história da propaganda não só brasileira, mas, mundial. Em 1986, junto com os sócios Gabriel Zellmeister e Javier Llussá Ciuret, criou a agência de publicidade W/Brasil, a única que alem de ter a alma brasileira, tem o sangue, o brilho e toda simpatia que só um bom brasileiro tem.
A W/Brasil se tormou uma das agências mais premiadas do mundo, com quase 1.000 prêmios. Mas prêmios não são nada perto de tudo que a W/ fez: ela entrou no imaginário popular do brasileiro. Afinal, o primeiro sutiã a gente nunca esquece, nem os filmes para a fabricante de sapatos Vulcabrás, o cachorro da Cofap, o casal Unibanco, são tantos sucessos que seria impossível destacar todos aqui.
Mas o principal motivo da criação desse manifesto virtual é que nas últimas semanas apareceram na midia notícias sobre uma eventual fusão da W/Basil com a agência americana McCann-Erickson. E mesmo que isso aconteça a minha missão é não deixar que a marca W/ acabe. Ela faz parte da minha vida, assim como da vida de todos os brasileiros. Se você, como eu, concorda com esse manifesto siga-me no Twitter. Ao rei a sua majestade.
@megasuperw
O super-herói defensor da propaganda brasileira.